O esporte proporciona muitas oportunidades, ao mesmo tempo que para chegar ao topo é preciso muita determinação e resiliência. E para os que chegam até o pináculo dos campeonatos, isto é, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o caminho é permeado por obstáculos e superações.
E quando se fala de atletas paralímpicos, o próprio corpo pode ser o primeiro desafio. Por isso, quando vemos cada um deles dando tudo de si nas disputas, essa é a primeira vitória.
Confira algumas histórias de atletas brasileiros que são um exemplo de determinação e resiliência:
Bruna Alexandre – Tênis de mesa
A amputação do braço direito aos seis meses de vida nunca parou Bruna. Ela é um dos destaques da Equipe Brasil na edição deste ano das Paralimpíadas e das Olimpíadas. Sim, isso mesmo, a Bruna é a primeira atleta brasileira a disputar tanto os Jogos Olímpicos quanto os Paralímpicos em 20241.
Antes de Paris 2024, ela foi medalha de bronze na Rio 2016 e de prata em Tóquio 2021. Ela é bicampeã brasileira e conquistou o bronze no Pan Americano de Santiago, no Chile, em 2023.
Mas o caminho até aqui não foi fácil. Além de aprender a jogar tênis de mesa sem um braço, Bruna também teve que desenvolver habilidades extras para poder jogar contra adversários sem deficiências, porque até 2009 ela competiu apenas contra esses adversários.
Quem viu Bruna em ação, sabe que ela vai continuar subindo cada degrau em busca de mais.
Daniele Souza – Parabadminton
Daniele é a primeira mulher a representar o Brasil no badminton em uma edição dos Jogos Paralímpicos. Mas a luta dela começou no nascimento, quando teve uma infecção hospitalar, que aos 11 anos atingiu sua coluna e a deixou paraplégica.
O esporte não foi amor à primeira vista, senão algo que a seduziu ao longo dos anos. Ela começou jogando tênis de cadeira de rodas, mas meses depois estava no badminton2. Em 2016, ela foi convocada pela Seleção Brasileira pela primeira vez, depois de ser notada durante os campeonatos nacionais que disputou.
Para Daniele, tudo que você precisa é dar o primeiro passo. Ela nunca achou que o esporte seria algo que a faria desafiar seus limites e tomar de volta a vida que achava ter perdido por conta da cadeira de rodas.
Gabriel Araújo – Natação
O primeiro paratleta a conquistar uma medalha de ouro na edição deste ano dos jogos, não é um desconhecido de quem acompanha as Paralimpíadas. Gabriel é um veterano da natação e representa o Brasil desde 2019, quando conquistou cinco medalhas – 2 de ouro, 1 de prata e 2 de bronze – nos Jogos ParaPan-Americanos de Lima, no Peru3.
Gabriel nasceu com uma doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. Ele conheceu a natação através de um professor de Educação Física, quando ainda era criança.
Desde então ele não parou mais, e agora, já em 2024, também bateu o recorde mundial nos 50m borboleta. Sendo esse o segundo recorde mundial com seu nome, o primeiro é dos 150m medley.
1 – Bruna Alexandre se torna a primeira atleta paralímpica brasileira da história convocada para os Jogos Olímpicos. Secretaria de Comunicação Social – Gov.Br, 2024. Disponível em https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2024/06/bruna-alexandre-se-torna-a-primeira-atleta-paralimpica-brasileira-convocada-para-jogos-olimpicos. Acesso em: 30 ago 2024.
2 – Inclusão: conheça a história da primeira atleta brasileira no parabadminton em Paris. Secretaria de Comunicação Social – Gov.Br, 2024. Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/agosto/inclusao-conheca-a-historia-da-primeira-atleta-brasileira-no-parabadminton-em-paris. Acesso em: 30 ago 2024.
3 – Quem é Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, porta-bandeira do Brasil nas Paralimpíadas? Lance, 2024. Disponível em https://www.lance.com.br/paralimpiadas/quem-e-gabriel-araujo-o-gabrielzinho-porta-bandeira-do-brasil-nas-paralimpiadas-de-paris.html. Acesso em: 30 ago 2024.